Ariops
"Poesia? isso é para maricas pá". *splat*. Deixem de ser equiláteros. A sensibilidade poética, inteligência e audácia são características ímpares que diferenciam os Homens a sério do povinho.
Fazer amor é - em essência - escrever um poema, é um desenho lançado ao vazio, esculpido com os dedos que lavram o sentir. É fazer dos rugidos eufemismos, sussurrar hipérboles de prazer em anáforas exíguas do tempo sem fim.
O texto seguinte foi escrito e enviado a uma Mulher, numa situação e relação real. Este poema "funcionou". Vejamos:
"Imperturbável.
Aqui, numa casa de banho de qualidade superior,
passam ventos e marés de pensamentos e bidés,
o trabalho que lá em cima está por fazer
o tempo a passar, a vida por viver.
Caiem as fezes, marca-se o fim.
Elas fazem *chlop* na água
E a água salpica-se em mim
E eu, imperturbável,
Penso em Ti."
Eis-nos chegados ao primeiro momento de avaliação de conhecimentos:
Porque é que este poema - de índole escatológica e nada apelativa, sem métrica ou rima dignas desse nome - é uma boa abordagem?
Alvíssaras a quem responder certo.
"All bad poetry springs from genuine feeling" - Oscar Wilde ...